Era um fim de tarde naquele cartório lotado de gente, esperando o chamado do número da senha.
O burburinho comum de lugares assim, de repente,silenciou, com aquela cena que estava acontecendo.
Voando graciosamente cartório adentro,para lá e para cá ,um sanhaço-cinzento com seu agito natural,resolveu fazer um pouso para descanso.Logo atrás,veio um homem para agarrá-lo, e levá-lo para que voasse rumo ao céu, o seu lugar. De modo sorrateiro,o homem aproximou-se do local do pouso, e falou timidamente para a dona do lugar onde o pássaro resolvera pousar: - Dá licença? Vou pegar algo aqui no bolso traseiro da sua calça..Pegou-o, e mais do que rapidamente correu ligeiro,com o sanhaço nas mãos , deixando atônita e pasma a mulher, sem nada entender. No caminho, ainda conversou com a ave macho,que já entoava feliz um assobio flauteado, e lhe disse que as nádegas da mulher não era frutinho da embaúba ,não.Naquele dia, ficaram registrados para sempre, os gritos enloquecidos, xingamentos de safado,descarado,desavergonhado e o desespero da mulata de traseiro avantajado,onde o inocente passarinho resolvera pousar.Por pouco,pouquíssimo, quase dá cana para o "salvador dos pássaros perdidos",naquela tarde insólita,no cartório.
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